4.6.07

Ainda os elefantes voadores

Já lá vão, talvez sobre a ponta de Sagres, imagine-se que aterraram entretanto numa praia, num bosque ao lado; que deitaram umas árvores abaixo, comeram umas toneladas de folhas e esvaziaram uns rios (vamos imaginar que não estariam poluídos para efeitos literários) para que as forças não faltassem no caminho. Que ali da Fortaleza os tenham visto passar, todos trocados e fora da linha em subidas e voos picados na ventania. Já não são uns elefantes meio baralhados com os semáforos e os faróis dos carros, é madrugada e são elefantes felizes, a caminho de qualquer lado. O que um elefante precisa (não os outros mas estes, que precisam de tudo aquilo que quem os descreve achará que precisam) é de uma bússola, um rumo, de uma estrela polar ou de outra qualquer, até pode ser das que mudam de sítio; mas um elefante tem que saber orientar-se e as placas das estradas, convenhamos, vamos ali e já voltamos. Quando um gajo um elefante está a modos que perdido (nada disto tem a ver com uma certa segunda circular feita direitinha nas calmas, atenção!, não precisa de grande coisa, sinceramente. Um elefante está perdido como toda a gente fica perdida, engana-se e pensa que se perdeu em vez de continuar a andar até chegar a qualquer lado. Um gajo (ok um elefante) nunca se perde na realidade; basta qualquer coisa, até uma placa errada e vai dar a algum lado. Pode não ser o lado que se pretendia, mas é um lado, certo? É o que interessa, um lado.

- mas qual lado???
- tazai...
- não vamos começar.
- ok, também tenho sono.
- já viste bem o que escreveste?
- não, nem por isso...
- um lado, é o que interessa, um lado qualquer???
- ahn...
- isso era só para encher não era?
- era, por acaso, era...
- então não era um lado qualquer, pois não?
- er, não...
- era um lado específico.
- é sempre um lado específico...
- achas bem dar essas tangas aos leitores?
- eles não se importam...
- mas podem achar que é mesmo assim!
- não acham nada, são pessoas inteligentes...
- e os elefantes estão aí a fazer o quê?
- pareceu-me bem...
- como eram grandes enchiam muito espaço, tou mesmo a ver!
- hum.
- a ver se escreves sobre formigas...
- não me chateies.
- pois pois
- ...
- amua sempre, viram?

 
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