17.4.07

Do crescimento (e posterior cristalização)

Quando eu era pequena nos blogs (a culpa deste post é ali de uma criatura cruel que desapareceu e hoje teve saudades e veio cá, a minha querida duende) tinha a mania. Um gajo tem a mania, é uma maçada, pensa que derrama alguma coisa de jeito sobre os outros e até se sai menos mal, convenhamos também, mas é tudo muito acertadinho. Nada contra, acho até muito bem que se acertem as palavras, que sejam colocadas nos sítios exactos onde ficam melhor, eu gosto de ler, nada contra, tudo a favor, portanto. E também gosto de escrever, claro, tenho muita coisa a dizer, não exactamente ao mundo, é mais ali à pessoa do lado da fila do autocarro (o que é uma imagem completamente cretina já que nem sei onde se picam e se ainda se picam bilhetes, mas isso agora são detalhes). O que eu agucei ainda mais com estes quilómetros todos de iadaiadaiada, uns mais acertadinhos, outros mais caralhosos e assim, foi o total sentido do (meu, atenção, é só do meu, isto só se aplica de mim para comigo, por assim dizer, que eu eu eu eu eu, essa parte nunca muda aqui no meu tasco) ridículo do acertadismo da coisa. Não tenho paciência, sinto-me estúpida à brava em iadar nos conformes. Eu não sou isso; e agora ia aqui bem um foda-se seguido de um ponto de exclamação, pode ser? Obrigada então façamos de conta que aqui está/não está, riscar o que não interessa e prossigamos por mais um postalinho destes que nem selo nem morada e depois a letra que não se consegue ler, mas que se envia para qualquer lado, para a pessoa que está ali ao lado na fila do autocarro embora essa já se tivesse ido embora se eu começasse com um iadaiada destes em vez de conversar sobre os atrasos, o tempo, as cadeiras partidas das paragens e o estado dos transportes públicos e mais coisas que haveriam sempre de chegar ao culpado, fosse ele quem fosse; mas tergiverso. Adiante pois para o ponto da questão que é esse tal ridículo: uma pessoa fazer figura de urso aos seus próprios olhos. Oh há muito quem as faça também e também as noto e encolho os ombros com o patético da coisa, mas o que interessa é que quem as faz não note e viva e escreva feliz e livre desses travões (porque não são mais do que travões, impedimentos à escrita) e nem me estou a referir a ninguém em particular porque há muito tempo que só leio o que gosto mesmo.

- Podias era meter uns parágrafos, olha lá, tem pena dos teus leitores...
- Tazaí???
- Mas e alguma vez me vou embora?
- Caneco és cá uma melga!
- Pois és.

(tá tudo estragado, a alterega acordou, fugide que eu me piro já!)

 
Weblog   Commenting and Trackback by HaloScan.com