14.2.07

Só uma pequena nota

Nota-se, sim.

Nota-se quando olhas para qualquer lado e os olhos são empurrados para o lado, para outro lado qualquer que não está ali. Nota-se quando mostras que o teu riso aberto fica a meio e se transforma num sorriso secreto. Nota-se quando agarras no cabelo e o viras e torces e o apanhas e o largas e não te decides porque não te interessa senão manteres as mãos ocupadas. Nota-se quando pegas no telemóvel e carregas em botões que aparentemente não servem para nada. Nota-se na tua voz que se perde a meio de uma frase e tudo o que estavas a dizer fica em suspenso, esquecido, pouco significativo. Nota-se nos fios que perdes das meadas. Nota-se no tempo que te envolve e que corre a outra velocidade. Nota-se nos dias que se misturam nas tuas histórias/memórias.
E nota-se (tu notas) no sabor de lábios mordidos.

Nota-se, sim. Claro que se nota. Mas onde se nota mais, toma nota, é na total ausência de dar conta de todos quantos te rodeiam.

Menos nos em quem também se nota.

 
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