19.2.07

Por qualquer razão

Quando eu digo (e digo muita vez) que não releio o meu tasco, é mesmo verdade. Escrevo-o para deixar marcas nas páginas, dobras que, muitas vezes, só eu é que sei o que significam. Mas depois de escrito, ali fica. Não releio. É raríssimo.

Por qualquer razão, ontem fui à procura de uma coisa numa data qualquer, andei a ver onde estaria e li uns bocados ali à volta. Não me lembro de nada daquilo. Nada. Reconheço, lembro-me depois, lembro-me porque escrevi, mas percebo que, depois de escrito, sai do sistema e apago por completo. Lembro-me de montes, centenas, milhares de posts escritos em vários blogs (isto apenas relativo a blogs), lembro-me de blogs quase na totalidade, lembro-me de posts quase na íntegra, palavra por palavra, mas do meu tasco, zero. Uma coisa aqui, outra ali, mas assim pela ideia, pela memória vaga "ora eu acho que naquela altura escrevi qualquer coisa sobre isso (xacá ver)" e pouco mais.

Reler é uma surpresa para mim. E não é uma surpresa grande espingarda. Caramba (um gajo não tem que andar com merdas de modéstias e afins, eu pelo menos não tenho, estou-me tão nas tintas que já nem pachorra tenho para armar ao "apenas suficiente" quando me reconheço alguma coisa mais) fartei-me de escrever coisas giras. Pá (ok, vamos lá, não armar, mas ser realistas) nunca ganharei coisa nenhuma senão juízo (e mesmo isso vamos indo), portanto o Pulitzer parece-me fora de questão, mas escrevia qualquer coisa. Qualquer coisa não é mau de todo e não é por ter olho em terra de cegos, é mesmo para mim: qualquer coisa não é mau de todo, que eu sou mais bolos e os meus bolos são todos numéricos. E também isto aqui não tem que ser consensual, portanto (consensual tem aqueles sss's todos? Está a dar-me seca ir confirmar) para todos os (meus) efeitos, eu escrevia qualquer coisa que não era má de todo e fiquemos neste consenso de mim para comigo e já é uma data de gente. Fiquemos não, partamos daqui para diante

(ai filha quando te pões a engonhar não há quem te ature: directa mas é o tanas, estás a fazer flores desde sei lá quantos parágrafos...)

e cheguei a essa conclusão relendo

(anda lá com isso, caneco!)
(olha, desculpa lá, importas-te de não me estar sempre a interromper?)
(tás aí iadaiadaiadaiadaiada e nunca mais desabrochas)
(e então? vou à velocidade que me apetecer!)
(sim, mas a essa nunca vais chegar a lado nenhum)
(desanda tu, que não estou eu para te aturar)
(tá bem! desando mas então não vou sem dizer de uma vez)
(o quê? dizer o quê?)
(isso que te incomoda!)
(não incomoda nada, estou-me nas tintas!)
(sim sim, pois tá bem...)
(estou!)
(então não te deve custar nada confessar aí, publicamente, que achas que perdeste a mão e a unha e os dedos e nunca mais vais conseguir escrever nada de jeito!)
(...)
(pronto, acabou o post. ela amuou)

 
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