9.5.07

Sou cá uma jeitosinha!



Um gajo não dá para tricotar pessoas. Nunca fui de lavores, espetava os dedos todos nos bordados, o ponto cruz sempre me pareceu coisa de doidos, picar os furinhos, ainda por cima os certos, o tricot de duas agulhas e o crochet de rendas, aquela porra que nunca mais acaba e que não serve para nada. Digo eu, já a ofender grandes amigas, mas evidentemente isso é outra coisa completamente diferente, o que não serve para nada é o eventual - e totalmente improvável - resultado dos meus lavores. E, isso tudo com linhas, com pessoas então, que são praticamente impossíveis de enfiar num buraco de uma agulha de coser ou passar naquele gancho das outras ou então, quase sem mãos e sem pés, tricotar sem rede, uns pauzinhos e uma linha/pessoa ali equilibrada e dali sair uma coisa com alguma forma? Impossível, totalmente impossível: só tenho polegares a tricotar pessoas. Admito que possa ser até engraçado, que produza coisas extraordinárias, mas eu, no tricot de gente, só chego àquele ponto de colocar os braços abertos e as mãos viradas uma para a outra. E, muito provavelmente, nesse dobar ainda consigo atar uma data de nós.

 
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